Guardião, protetor da vida

Era dia. A luz do sol transpassava pelas passagens entre as folhas da copa das árvores da floresta. Dava para ouvir os pássaros cantando ao caminho em que o guardião passava.

- As energias desse local... - a voz do totem já fluía de maneira familiar ao guardião - ...estão harmônicas.

O espírito xamãnico usava uma tanga longa simples, com poucos detalhes e algumas peles de animais adornando pela cintura. Em seu pescoço, adereços artesanais/tribais, bem característicos, enfeitavam seu peito e seus cabelos amarrados para trás. Seu corpo era marcado por tatuagens de simbolos no qual poucos saberiam o significado. Talvez apenas alguns que compartilhassem de seu ideal e crenças. Ele sorria satisfeito com o que via. "Inspirava" o ar e soltava calmamente. Ele se abaixou, tocou o solo com uma das mãos, olhando o rio que ali passava, limpando e alimentando a vida local.

- Continuemos. - A imagem do xamã se esvaia para o guardião, porém ele se mantinha presente para o guardião. - Há lugares a se passar e passiveis de possíveis cuidados.

Senti o calor do amanhecer invadindo a grande mãe e parei um instante para inspirar um pouco do seu hálito, satisfeito por sentir a harmonia a minha volta. Abaixei reverente ao rio, bebendo um pouco de água e murmurando um agradecimento ao nobre espírito do rio, sei que eles são caprichosos em sua natureza maleável. Logo que me levantei, comecei a seguir o curso do rio, imaginando pra onde estaria sendo levado agora, mas dessa vez apenas aceitei sua ordem pois aprendera que de um modo ou de outro era sempre sabido aceitar.

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